Expectativa positiva para a safra de algas 2022/2023 em Santa Catarina
A safra 2022/2023 da macroalga Kappaphycus alvarezii em Santa Catarina está chegando ao fim (ocorre de setembro a maio) e a expectativa é de números positivos. O crescimento deve ficar em torno de 200% em relação à produção de 2021/2022, a primeira a acontecer no Estado.
De acordo com a Epagri, a produção deve chegar a 300 toneladas, contra 102,3 registradas na safra anterior. “Na primeira safra, no ano passado, eram apenas cinco produtores. Agora já são 30”, explica o engenheiro agrônomo Alex Alves dos Santos, mestre em Aquicultura e membro do Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (CEDAP), da Epagri.
Na empresa Verde Mar, localizada em Palhoça, a expectativa se confirma. A produção deve ficar entre 55 e 70 toneladas, contra 44 toneladas da safra do ano passado. A empresa já está em fase final de coleta das algas e se prepara para garantir as mudas para a próxima safra.
Para isso, uma parte das algas ficará no mar, mas poucas devem sobreviver devido ao frio. A Kappaphycus alvarezii é de origem tropical e não sobrevive a baixas temperaturas. A taxa de mortalidade fica entre 80% e 100%. Por isso, a safra em Santa Catarina encerra em maio e retorna apenas em setembro, com suspensão nos meses de junho, julho e agosto.
Outra estratégia da Verde Mar é a produção em terra, numa piscina, onde é utilizada a água do mar. Desta forma, é possível controlar a temperatura e garantir as condições necessárias para a sobrevivência do vegetal.
Alex explica que a garantia de mudas para o início da safra em setembro é um dos grandes desafios do setor. São necessários 500 quilos para cada hectare. Ele aponta que as duas estratégias adotadas pela Verde Mais são as mais indicadas. Há opção também de comprar de produtores catarinenses de regiões mais ao norte do estado, que conseguem manter mais algas no mar, pelo fato de as temperaturas serem menos frias no inverno.
Há ainda a possibilidade de aquisição de mudas do Rio de Janeiro, mas nesse caso o custo é alto. “São alternativas que os produtores têm. Cada um deve avaliar o que é melhor para o seu negócio, levando em conta também o custo e a necessidade de repasse para o preço final”, explica Alex.
Texto: Viviane Araújo
Fotos: Antonio Carlos Mafalda
Deixe um comentário