O céu é o limite para sucesso da produção catarinense de macroalgas

Quase 100 pessoas, entre técnicos, produtores e interessados no tema, participaram no Ribeirão da Ilha, nesta terça-feira, 20-8, do 9º Seminário Técnico sobre Macroalga, a Kappaphycus alvarezzi, realizado na Igreja Nossa Senhora da Lapa no Ribeirão da Ilha, no Sul de Florianópolis. Pela manhã e à tarde, palestrantes da Epagri, da UFSC, bem como de empresas privadas, discutiram o futuro da atividade iniciada oficialmente em Santa Catarina em 2006.
De lá para cá as fazendas marinhas tornam-se cada vez mais produtivas nas águas da Baía Sul de Florianópolis, bem como nas de Biguaçu, Itapema e outros municípios da região litorânea. O evento promovido pela Amasi (Associação dos Maricultores do Sul da Ilha) homenageou o Dia do Maricultor, celebrado no domingo 18-8. No final da tarde, os participantes tiveram o privilégio de degustar diversos tipos de pães, entre eles uma focaccia, biscoitos e bolos produzidos com farinha da macroalga.
Do lado ambiental, a Kappaphycus alvarezzi funciona como uma “esponja” no mar, absorvendo nutrientes e os resíduos provocados pela poluição. Significa dizer então, que quanto mais algas estiverem sendo cultivadas, maior será o
benefício para o meio ambiente e para os moluscos. Estes são extremamente sensíveis e afetados pelos dejetos.
Com propriedades espessantes, estabilizantes, aglutinantes, emulsificantes e conservantes, fundamentais para a fabricação de dezenas de produtos, a carragenana (substância extraída da macroalga) constitui-se em matéria-prima de empresas no mundo inteiro, de setores como têxtil, químico, alimentício, cosméticos, tintas, farmacêutica e higiene pessoal. Isso, sem falar que cresce no planeta o interesse pelo bioplástico, produto que pode ser fabricado com a macroalga. O bioplástico é considerado a solução para combater os estragos que as partículas do plástico tradicional estão causando à natureza e ao organismo humano.
Texto: Imara Stallbaum

Fotos Antonio carlos Mafalda e Petra Mafalda