Epagri promove estudo com macroalga em estufa, para avaliar a sobrevivência no inverno

Epagri promove estudo com macroalga em estufa, para avaliar a sobrevivência no inverno

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Com a chegada do inverno, ocorre a interrupção do cultivo comercial da macroalga Kappaphycus alvarezii em Santa Catarina. Isso porque o vegetal, que é de origem tropical, não se desenvolve bem no frio, podendo chegar à mortalidade em casos de temperaturas muito baixas. Por outro lado, os produtores vão precisar de mudas para o início da safra, em setembro.

Para tentar solucionar o problema, a Epagri está realizando um estudo para manutenção da macroalga em estufa durante este inverno. A estrutura fica no Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (Cedap), localizado em Florianópolis.
– Hoje, no Brasil, não há protocolos para manutenção das macroalgas nestes ambientes. Os cultivos comerciais no Rio de Janeiro e em São Paulo não apresentam esta limitação, pois as temperaturas de inverno lá são amenas e o ciclo de cultivo não precisa ser interrompido, a exemplo de Santa Catarina. Por isso, vamos precisar desenvolver nós mesmos” – ressalta Alex Alves dos Santos, engenheiro agrônomo da Epagri e doutor em Aquicultura.

A estufa é composta por 16 tanques de 2 mil litros, com sistema de circulação de água fechado e controle absoluto da temperatura, salinidade, iluminação e filtração da água, possibilitando a realização de experimentos e observações do comportamento da macroalga. O objetivo é utilizar a estufa para realizar testes iniciais de manutenção e de crescimento da Kappaphycus, utilizando para isso algumas estratégias de adubações. Trata-se de um primeiro ensaio do tipo em Santa Catarina (e possivelmente no Brasil). “A ideia é desenvolver um modelo de estufa básico, simples e barato, para que seja acessível aos produtores”, garante Alex.

O objetivo da pesquisa é buscar a autonomia do estado na produção de mudas, já que hoje há necessidade de, muitas vezes, comprar do Rio de Janeiro e de São Paulo. Isso porque elas são retiradas das próprias algas (pequenos talos) e são necessários 500 quilos para plantar um hectare.

Texto: Viviane de Araújo
Fotos: Alex Alves dos Santos/Epagri

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