Dona de salão de beleza investe no aproveitamento total da goiaba serrana
Não satisfeita em já ser uma bem-sucedida sócia do salão de beleza Léa Dutra, o mais antigo da cidade, no calçadão do centro de São Joaquim, há três anos Sabrina Dutra de Liz Costa, 47 anos, resolveu revolucionar a rotina do sítio da família, o Zaga Costa, na Chapada Bonita, a sete quilômetros de distância do centro do município. E seu foco foram as goiabas serranas produzidas no local desde 2011. Para tanto, propôs ao marido, Adriano Costa, 49 anos, que dali em diante só ele cuidaria do pomar que tem 850 pés espalhados em um hectare. Já ela, passaria a se dedicar à transformação das frutas menores, sem valor comercial, em deliciosas receitas culinárias e cosméticos.
A decisão resultou na criação de quase duas dezenas de produtos à base da polpa da goiaba, da casca e da parte branca da fruta, todos inéditos no mercado e sempre testados em casa, pelo marido e os três filhos do casal: picolés, sorvetes, compotas, queijos, pão sem ovos e leite, cerveja feita por uma empresa parceira de São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, na divisa com São Joaquim. Também surgiram musse, brigadeiro, geleia, compota e chutney, o molho agridoce de origem indiana e, em parceria com um jovem empresário de Balneário Camboriú, sabonete líquido e creme para as mãos.
Além da goiaba serrana o sítio Zaga Costa acomoda em seus 130 hectares um parreiral de uva cabernet sauvignon (entregue a uma vinícola para fabricação de vinho), gado de corte e um pomar de maçã Fuji.
Em grande parte, o sucesso da iniciativa de Sabrina deveu-se ao que ela já havia apreendido sobre o processamento da maçã Fuji, em aulas oferecidas pela Cooperativa da Mulher Serrana (Coopermuse), da qual é associada. Além disso, o apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) foi importante na transformação desta mulher tão paradoxal: como empresária urbana, representa a quarta geração da família de Léa Dutra, sua avó, a administrar o negócio. Já no universo da goiaba serrana ela se consagra como a primeira produtora rural a testar, com sucesso, ainda que em fase experimental, as vantagens econômicas do processamento da fruta.
Por certo, não fosse a pesquisa agropecuária realizada pela Secretaria da Agricultura e da Pesca, através da Epagri ao longo de décadas, hoje a goiaba serrana ainda seria encontrada apenas nas matas da Serra catarinense. Mas o órgão conseguiu “domesticar” a goiabeira-serrana criando pelo menos cinco cultivares dela para serem distribuídos aos produtores rurais interessados.
Graças aos esforços, que incluem estudos da Udesc e da UFSC, a empresa Goiabas Adrina, formada pela junção dos nomes Adriano e Sabrina, está comemorando antecipadamente uma excelente safra, cuja colheita ocorre entre março e abril. Ao todo deverão ser colhidas 10 toneladas. As unidades maiores acomodadas em caixas com três quilos a R$ 50,00 a caixa, serão m sua maioria adquiridas por médicos. Mais do que ninguém, eles conhecem a importância da serrana para a saúde e o fato de que as frutas menores, aquelas que acabam processadas por Sabrina, continuam mantendo o valor nutritivo e os benefícios.
Texto: Imara Stallbaum
Comentários (3)
Parabéns à Sabrina e ao driano, e à Imara da Mafalda Press, por resgatarem a deliciosa Goaba Serrana!
Sinto-me honrada tendo em você, Scheibe, um leitor tão atento. Obrigada
Por favor como posso comprar a compota de goiaba serrana.Moro em SPaulo
Agradeço Ajuda