Serra aposta no turismo de proximidade

Serra aposta no turismo de proximidade

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Costela assada em fogo de chão, revirado de feijão, pães e bolachas caseiras, verduras e legumes colhidos na própria horta, geleias, cavalgadas e rodas de viola podem conviver com álcool gel, máscara facial e distanciamento humano? Se depender dos proprietários da Fazenda Rural Santa Luzia, em Bom Retiro, e da Pousada das Laranjeiras, em Bom Jardim da Serra, a resposta é afirmativa. Eles estão usando a segurança sanitária para atrair os adeptos do turismo de proximidade. Especialistas acreditam que, de agora em diante, o número dos que decidirão passar férias ou finais de semana em destinos localizados perto de casa tende a aumentar.

A pandemia do covíd-19 cobrou um alto preço ao setor turístico serrano que já se ressentia da precariedade das estradas sob responsabilidade das prefeituras e do Estado. Mas não lhe tirou a resiliência, ou seja, a capacidade de dar a volta por cima. Agora, com a “casa” devidamente arrumada e adaptada ás exigências da Organização Mundial de Saúde (OMS), tanto a Fazenda Santa Luzia, com seus 136 hectares, quanto a Pousada Laranjeiras, com mais de 140 hectares, apostam naquilo que mais tem feito falta aos moradores dos apartamentos das cidades: o contato com a natureza e o ambiente familiar.

A pandemia diminuiu o fôlego financeiro do viajante que está sendo esperado nas fazendas e pousadas, mas nem por isso o tornou menos exigente. Logo, daqui para frente Santa Catarina também precisará promover fortemente suas qualidades paisagísticas, de lazer e de serviços.

A apenas duas horas de carro do litoral, a Serra catarinense conta com belas paisagens formadas por florestas de araucárias, rios, cachoeiras, vales, campos de altitude e grandes cânions como o Laranjeiras, próximo à pousada  com o mesmo nome em Bom Jardim.. Lugares como a Serra do Rio do Rastro, a Serra do Corvo Branco e o Morro da Igreja são visitas obrigatórias, com estradas sinuosas que levam a alguns dos pontos mais altos do país. A região é indicada para a prática de trekking, rapel, canionismo, mountain bike, tirolesa e pesca esportiva da truta.

São inúmeras possibilidades para seduzir tipos diferentes de visitantes. Registrando frio quase europeu no inverno e temperaturas amenas no verão, o turismo serrano inclui um mar de vinhedos, plantações de maçã, de mirtilo e de cogumelos, e diversas vinícolas abertas à visitação com seus vinhos de altitude de padrão internacional. A observação de pássaros, entre eles o papagaio-charão, conseguia, antes da pandemia, manter a ocupação dos hotéis e pousadas sempre em nível satisfatório.

Na nova realidade trazida pela pandemia o respeito à sustentabilidade ambiental passa a ser uma obrigação. E isso afeta tanto o empresário do setor turístico quanto o próprio turista. Ele precisa viajar munido de consciência ambiental. Nada de deixar latinhas, garrafas e bitucas de cigarro pelo caminho.

Texto: Imara Stallbaum

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