Dia de valorizar o papel da educação na construção do capital social
Centenas de crianças e adolescentes de 16 bairros da capital participaram no sábado pela manhã, no Parque de Coqueiros, do Dia Internacional da Cidade Educadora. O evento foi promovido pela Prefeitura de Florianópolis que vem apostando no projeto Bairro Educador, uma espécie de estágio inicial da implantação de uma cidade educadora. Os jovens visitantes são moradores: do Córrego Grande, Monte Verde, Morro do Horácio, Morro da Mariquinha, Morro do Mocotó, Serrinha, Ingleses, Vargem do Bom Jesus, Vargem Grande, Coloninha, Monte Cristo, Vila Aparecida, Rio Vermelho, Barra da Lagoa, Campeche e Rio Tavares.
O conceito de Cidades Educadoras teve início, como movimento, em 1990, no 1º Congresso Internacional de Cidades Educadoras, realizado em Barcelona. Na ocasião, respectivos órgãos de poder representantes de órgãos públicos de um grupo de cidades concluiu ser útil trabalhar em conjunto projetos e atividades para melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes. Quatro anos depois, o movimento foi institucionalizado com a criação da Associação Internacional de Cidades Educadoras, oficialmente criada no terceiro congresso das Cidades Educadoras, realizado em Bolonha, na Itália.
Fundada em 1994, a Associação Internacional de Cidades Educadoras é uma organização sem fins lucrativos reunindo atualmente 480 cidades de 35 países de todo o mundo, entre eles o Brasil. O objetivo da entidade é tornar visível o compromisso das cidades com a educação, enquanto ferramenta política de transformação social.
Em sintonia com a filosofia de Cidade Educadora, a Secretaria de Educação de Florianópolis criou o Bairro Educador como forma de investir no fortalecimento da comunidade escolar. Buscando e ampliando articulações e convênios com pessoas, instituições e entidades locais, o projeto contribui ativamente enriquecer o capital humano e social da cidade. Na visão pedagógica adotada para a criação do Bairro Educador, o local onde os alunos vivem passa a ser espaço de aprendizagem e de experiências. Isso se dá com aulas extracurriculares, oficinas para os alunos e eventos públicos abertos à participação comunitária.
Os primeiros 16 bairros florianopolitanos a receber o projeto estão em áreas de vulnerabilidade social, por isso, a intenção inicial é articular a educação formal com a informal de modo a explorar os diversos conhecimentos, habilidades e experiências das pessoas do local, promovendo vivências entre pessoas de idade e níveis de escolaridade diferentes, valorizando os diferentes saberes (populares e acadêmicos) e aumentando a autoestima da população.
Texto: Imara Stallbaum
Fotos: Antonio Carlos Mafalda
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